Joukery-Pawkery

Uma sociedade secreta, assassinatos, um delegado obstinado e o mercado das obras de arte. Motivando os atos de todos os personagens, um misterioso jogo. Eis alguns elementos que compõem a intrigante trama de Joukery-pawkery.

Exercitando ao máximo sua capacidade de inventar, Francisco Grijó apresenta a sequência de seu romance Fama Volat, mantendo a atmosfera inquietante e ampliando as relações intrincadas entre personagens novos e antigos. A narrativa vívida e frenética prende a atenção do leitor até o final. Pode-se dizer que a história começou há muitos anos, quando o autor lançou Histórias curtas para Mariana M e apresentou Anselmo Rosa-Torres. Começou ali a trama e a partir de então a relação do autor com o gênero policial foi se consolidando. Relação que se aprofundou com Fama Volat e ganhou forma plena com Joukery-pawkery.

O delegado amadurecido como personagem demonstra que o autor abraçou de vez um gênero que às vezes é visto com injusto desdém. Sem dúvida, o amadurecimento do personagem reflete o trabalho de seu criador, que consolida cada vez mais seu estilo narrativo. E dessa leitura rica oferecida ao leitor, percebe-se que não é possível restringir a obra a um rótulo, pois Grijó opera nela uma legítima e inestimável transcendência de limites. Tudo isso sem abandonar seu estilo provocativo, tão presente em outros trabalhos desse escritor versátil e extremamente criativo.